No dia dos namorados desse ano (2014), o Caio chegou com um livro pra mim chamado Karmatopia - Uma Viagem à Índia. Quando olhei o livro, torci um pouco o nariz, mas a capa em si me encantou e fiquei muito curiosa pra ler. Quando abri e comecei a ler as primeiras páginas, ainda na frente do Caio, não consegui parar mais. O relato da Karla, uma jornalista que escreve incrivelmente bem, fez crescer em mim um sonho (sim, um SONHO), de conhecer esse país tão rico e diverso.
A cada coisa nova que eu encontrava nas páginas do livro, corria na internet para pesquisar. Pesquisava imagens dos lugares, nomes das pessoas, termos, coisas sobre a língua, sobre o hinduísmo, e a cada clique e a cada frase, eu me apaixonava mais e mais. O livro desconstruiu em mim toda a visão errada, clichê e estereotipada que eu tinha do país e da cultura.
Eu sonho, sonho mesmo em ir para a Índia, não só turistar, mas conhecer o povo e a cultura, me encontrar espiritualmente. Mas também sonho, principalmente, voluntariar lá também. Conheci pelo livro um lugar incrível que recebe estrangeiros para trabalho voluntário e eu quero ir pra lá (Ramana's Garden). É sonhar alto? É. Mas isso não impede que ele se realize.
Pouquíssimas pessoas me encorajaram a ir... na verdade, não conheço uma pessoa que tenha me falado que a Índia vale a pena. Eu sei que esse é um país incrível, com uma cultura singular, com vida, felicidade, energia e espiritualidade. Quero conhecer saddhus, visitar centros de meditação, templos, ver elefantes pintados, vacas pelas ruas, ouvir os sons do trânsito caótico, andar de tuk-tuk, visitar os Ghats de Varanasi, etc. Eu sei que a Índia não é só o Taj Mahal, que lá tem muita pobreza e muito sofrimento, mas estou disposta a conhecê-la do avesso, nas suas belas paisagens e também em seus defeitos. Eu quero me entregar, me expor e absorver tudo o que ela tem a oferecer.
Eu tenho a consciência de que lá é um país muito contrastante com o meu e que, e que é preciso ser um verdadeiro viajante, daqueles turistas que gostam não só de ver e tirar fotos, mas gostam também de conhecer as pessoas, experimentar a comida local, vivenciar o dia a dia, sair dos roteiros básicos, ir além. Pensando por esse lado, eu entendo porque muitas pessoas dizem para eu não ir para a Índia. Porque você tem que ir de cabeça e coração abertos para esse pais TÃO especial! A Índia tem seus problemas, suas desigualdades? Tem, mas acredito que a gente pode tirar aprendizados muito profundos disso.
Pelo livro eu consegui compreender que é uma experiência forte sim, uma mistura de cheiros, de cores, temperaturas, algo que você nunca mais vai esquecer. Mas, eu estou disposta a encarar isso tudo e, se eu não conseguir de primeira, eu volto e vou de novo, e volto, e retorno...