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Channel: Coisas Fúteis
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India Dream

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Não, não tenho California Dream, American Dream ou vontade de conhecer a Disney. Já sonhei muito em conhecer Paris (ainda tenho vontade) e nessa mesma época eu tinha um preconceito enorme com a Índia. Em 2011 ganhei no sorteio de um blog um livro chamado "A Maldição do Tigre", que se passava nesse país e levei anos pra tomar coragem e lê-lo. Foi a partir daí que comecei a quebrar um pouquinho o preconceito que tinha, mas ainda não havia em mim o sonho de conhecer a Índia.
No dia dos namorados desse ano (2014), o Caio chegou com um livro pra mim chamado Karmatopia - Uma Viagem à Índia. Quando olhei o livro, torci um pouco o nariz, mas a capa em si me encantou e fiquei muito curiosa pra ler. Quando abri e comecei a ler as primeiras páginas, ainda na frente do Caio, não consegui parar mais. O relato da Karla, uma jornalista que escreve incrivelmente bem, fez crescer em mim um sonho (sim, um SONHO), de conhecer esse país tão rico e diverso.
A cada coisa nova que eu encontrava nas páginas do livro, corria na internet para pesquisar. Pesquisava imagens dos lugares, nomes das pessoas, termos, coisas sobre a língua, sobre o hinduísmo, e a cada clique e a cada frase, eu me apaixonava mais e mais. O livro desconstruiu em mim toda a visão errada, clichê e estereotipada que eu tinha do país e da cultura.


Sempre ouvi muita gente falando mal de lá, gente que falou que você poderia morrer por infecção, gente que disse que na Índia você vê pessoas fazendo as necessidades pela rua, gente que falou que o país fede, gente que disse que odeia, que já foi e nunca mais quer voltar, gente que pergunta: por que você não vai para Europa? Vai fazer o que na Índia?
Eu sonho, sonho mesmo em ir para a Índia, não só turistar, mas conhecer o povo e a cultura, me encontrar espiritualmente. Mas também sonho, principalmente, voluntariar lá também. Conheci pelo livro um lugar incrível que recebe estrangeiros para trabalho voluntário e eu quero ir pra lá (Ramana's Garden). É sonhar alto? É. Mas isso não impede que ele se realize. 
Pouquíssimas pessoas me encorajaram a ir... na verdade, não conheço uma pessoa que tenha me falado que a Índia vale a pena. Eu sei que esse é um país incrível, com uma cultura singular, com vida, felicidade, energia e espiritualidade. Quero conhecer saddhus, visitar centros de meditação, templos, ver elefantes pintados, vacas pelas ruas, ouvir os sons do trânsito caótico, andar de tuk-tuk, visitar os Ghats de Varanasi, etc. Eu sei que a Índia não é só o Taj Mahal, que lá tem muita pobreza e muito sofrimento, mas estou disposta a conhecê-la do avesso, nas suas belas paisagens e também em seus defeitos. Eu quero me entregar, me expor e absorver tudo o que ela tem a oferecer.


Eu tenho a consciência de que lá é um país muito contrastante com o meu e que, e que é preciso ser um verdadeiro viajante, daqueles turistas que gostam não só de ver e tirar fotos, mas gostam também de conhecer as pessoas, experimentar a comida local, vivenciar o dia a dia, sair dos roteiros básicos, ir além. Pensando por esse lado, eu entendo porque muitas pessoas dizem para eu não ir para a Índia. Porque você tem que ir de cabeça e coração abertos para esse pais TÃO especial! A Índia tem seus problemas, suas desigualdades? Tem, mas acredito que a gente pode tirar aprendizados muito profundos disso.
Pelo livro eu consegui compreender que é uma experiência forte sim, uma mistura de cheiros, de cores, temperaturas, algo que você nunca mais vai esquecer. Mas, eu estou disposta a encarar isso tudo e, se eu não conseguir de primeira, eu volto e vou de novo, e volto, e retorno... 


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