Primeiro foi a britânica Rebecca Gallagher a encontrar um pedido de socorro na etiqueta de um vestido comprado na Primark. E agora, nos deparamos mais uma vez uma vez com um caso de pessoas trabalhando em condições análogas a escravidão no mundo da moda. Na última quinta-feira (23) a consumidora Sandra Miranda, de Águas Claras (DF) recebeu um pedido de socorro junto com sua encomenda do site chinês AliExpress, conhecido por vender peças mais baratas dos que as encontradas no Brasil. O bilhete foi escrito em inglês e dizia “I slave. Help me” (“Sou escravo, me ajude”, em português), segundo informações do jornal Correio Brasiliense.
A foto foi publicada pela filha de Sandra, Raíssa Reis, em seu perfil no Facebook. A imagem foi compartilhada nas redes sociais por milhares de pessoas.
Mas as roupas da C&A, Zara, Walmart, etc., têm etiqueta "feito na China" e a gente paga caro por elas ainda. O preço que a gente paga só beneficia a empresa brasileira, que importa tudo barato e revende a preços absurdos.
E quem garante que as coisas produzidas aqui no Brasil (Zona Franca de Manaus, por exemplo) também não foram produzidas com trabalho desumano e exploratório? E o comércio brasileiro (lojas), também não é exploração? Já viram os horários estipulados para os trabalhadores e os salários ínfimos?
Será que somente é escravidão o cara que está lá produzindo as roupas do Aliexpress ou os operários explorados nas indústrias do Brasil também não estão trabalhando de forma injusta? Enfim, é um assunto que dá muito "pano pra manga" e eu eu acredito que não dá pra ter uma garantia, em nenhum dos dois casos (produtos nacionais e internacionais). Quase todas as coisas que a gente tanto gosta de comprar aqui é produzido na China e, se a gente for se privar e ficar pensando nisso, acaba não comprando nada também. É complicado...
Acho que a saída pra isso tudo é o minimalismo. Reduzir ao máximo o consumo de coisas desnecessárias e comprar de produtores locais, brechós, feirinhas de artesanato (compro de quem faz: http://www.coisasfuteis.com/2014/01/compro-de-quem-faz-levante-essa-bandeira.html). Muitas vezes isso sai mais caro, mas vale mais ter um guarda-roupas abarrotado de produtos de procedência duvidosa ou um mais clean cheio de coisas que você sabe a procedência?
Ninguém precisa virar artesão e corporativista e voltar pra Idade Média, mas se consumíssemos menos, não precisaria ter esse tipo de produção adoidada e que escraviza o homem de todas as formas (na produção e na venda). Claro que é impossível mudar o mundo e dar conta de situações e condições como essa do bilhete, que ocorrem no mundo inteiro. Mas, se cada um tivesse a atitude de mudar ao seu redor, o mundo todo mudaria, paulatinamente. É nisso que eu acredito.
Deem uma lida básica nesta notícia sobre a Le Lis Blanc em SP.
E vocês, o que acham sobre o assunto? Me contem nos comentários! Beijos.