"Que seja bom enquanto dure", "carpe diem", "a fila anda”. São expressões que ouço cada vez mais por aí e que denotam compromissos muito casuais. Não sei se sou careta demais, mas não entra na minha cabeça, não consigo ter esse apego/desapego, esse on/off, gosto/não gosto mais, de forma tão simples e fugaz. Sou do tempo da vovó, da tradição linear conhecer > ficar > namorar > noivar > casar. Não me imagino pulando etapas.
O que vejo é que a sociedade capitalista acabou "consumisando" tudo, até mesmo os relacionamentos. Há sempre a possibilidade imperdível de um próximo e melhor parceiro, há sempre a possibilidade de substituir aquilo por algo diferente. As pessoas cada vez mais objetificam as pessoas e humanizam objetos. Há um imediatismo virulento se estabelecendo nas relações interpessoais, em tudo há uma necessidade de respostas imediatas: serve ou não serve, é bom ou ruim. E nessa lógica as pessoas não se dão nem tempo de conhecerem as outras de forma mais profunda. Os envolvimentos são cada vez mais efêmeros e superficiais. E as pessoas estão cada vez mais depressivas, lotando as salas de espera de psiquiatras em busca de remédios e pílulas que curem a solidão, que preencham o vazio que elas mesmas deixam. As pessoas estão cada vez mais tentando mascarar esses sentimentos com status de superação no Facebook e fotos felizes em baladas.
É obvio que existem relacionamentos que estão claramente explícitos (bem redundante mesmo) que não darão certo. E não estou dizendo que a pessoa deve aceitar e ficar fadada o resto da vida a um namoro/casamento infeliz, até porque insistir em algo que não vai pra frente é burrice. De forma alguma essa é minha posição.
Também não quero entrar em toda a questão de amor livre, relacionamentos abertos, modernidade, feminismo, nem nada do tipo. Tudo o que estou colocando em questão aqui é só um desabafo de uma eterna e incurável romântica, que ainda vê sempre o mundo com os olhos repletos esperança.
Para menos relacionamentos voláteis creio que as pessoas precisam estar mais abertas e toleráveis à imperfeição. Isso mesmo. Ninguém é perfeito e a gente precisa começar a aceitar isso antes de jogar fora uma pessoa porque ela tem um defeitinho aqui, outro ali. As pessoas estão cada vez mais intolerantes à convivência, rechaçando ideias como o casamento, por exemplo. Quando o que é problemático, não é a convenção casamento em si, mas como as pessoas tem se portado diante dos relacionamentos.
Para menos relacionamentos voláteis creio que as pessoas precisam estar mais abertas e toleráveis à imperfeição. Isso mesmo. Ninguém é perfeito e a gente precisa começar a aceitar isso antes de jogar fora uma pessoa porque ela tem um defeitinho aqui, outro ali. As pessoas estão cada vez mais intolerantes à convivência, rechaçando ideias como o casamento, por exemplo. Quando o que é problemático, não é a convenção casamento em si, mas como as pessoas tem se portado diante dos relacionamentos.
Quando falo do meu sonho de me casar, quando falo que nunca fiquei por ficar, acabo me sentindo incompatível com o mundo de hoje, uma verdadeira E.T. E não sou uma mocinha criada repressivamente, totalmente religiosa, recatada, nem nada do tipo. Sempre tive a liberdade de ficar por ficar, de ir a lugares e conhecer pessoas diferentes, mas nunca me adaptei a esse modo de viver.
Não quero dar sermão nem enfiar minha opinião goela abaixo de ninguém, sei que cada um tem uma ideia. É só um ponto de vista que tenho elaborado através de observações e de minha experiência empírica no mundo. Você tem o direito de discordar!
Eu vejo as pessoas passando por cima de tudo em nome da tão sonhada "liberdade" e "felicidade". Mas será que elas existem mesmo? Será que vale a pena todo esse consumismo relacional? São coisas que só descobriremos com o tempo. Se descobrirmos...