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A incoerência dos relacionamentos (e do amor)

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Posso ser profunda? Não? Que tal rasa? Também não? O demais cansa não é? Profunda demais, fria demais, sentimental demais. Demais nunca me fez bem, mas sempre sou demais quando o assunto é amor. Não me culpem por isso, minha família sempre avisou: nunca entregue seu coração para um idiota. Eu ouvi, entendi e não entreguei. Fugi. Me chamaram de medrosa e sem coração. Eu sempre dei a desculpa de auto-proteção, auto-valorização, amor próprio, por que não? Mentir é uma negação. Talvez eu seja medrosa e tá, idiota. Todos somos de alguma forma. Então, como não entregar seu coração ao precipício se você também é uma pseudo-idiota? Whatever. Esse é assunto pra outro texto. Estamos aqui para falar de relacionamentos.

A maioria dos meus relacionamentos foram guiados pela nostalgia da distância, como uma criança que admira um brinquedo na vitrine sem poder tocar. Sempre fui apaixonada pela distância ou guiada por ela. Mais verdadeira, mais poética, mais intensa. Tive 3 relacionamentos propícios a isso e 2 decepcionantes relacionamentos realistas. O primeiro foi com 13 anos, influenciada pelo amor platônico fake. O segundo com 16, pelo romantismo do Tumblr e o terceiro pelo mesmo sem igual. Os dois reais jamais servirão para algum outro texto pois nunca me trouxeram as famosas borboletas. A influência das amizades e a perda do BV ainda  me trazem ânsia.
O real nunca me fez falta ou fez até um certo ponto. O fato é que nunca fui uma pessoa apaixonável e nem me fiz ser. A perda dos três me fizeram crescer de diferentes formas. O primeiro foi pela descoberta sem igual, chocante. O segundo pela realidade transformada. E o terceiro pela luta alcançada. Como assim? Foi com o terceiro que eu aprendi a lutar.
Não estou aqui para contar minhas historias de amor. Estou aqui para fazer vocês enxergarem o amor. O amor real. Sempre vai ter um relacionamento que te fará crescer, mudar, viver. Um relacionamento que não desiste. Esse último relacionamento me fez acreditar e sofrer, e acreditar novamente. O dom de não desistir é para poucos, ele me fez perceber um futuro pelo qual achei impossível.

Só estou dizendo que apesar do pesares a vida mostra, a vida ensina, a vida guia e o amor explica. Mas que confusão, Kézia! Perdoe-me a falta de coerência, mas o amor é incoerente e tentar descrevê-lo seria uma loucura. Sorte minha - ou azar - adorar loucuras e amar loucos. Ouvi um estranho dizer uma vez que a maior loucura é se atrever a tentar e como alouca que sou tentando, estou escrevendo esse texto e terminá-lo seria tão frustante quanto um ensinamento pela metade. Mas, como vocês eu ainda estou aprendendo e como minha história ainda não terminou, esse texto também não terminará. Minha história de amor só está começando e nota-lá foi culpa dele. Lembre-se: só temos que nos atentar a tentar.

Postado por: Kézia Martins


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