Quando silenciamos podemos ouvir melhor.
Quando silenciamos podemos sentir melhor.
Quando silenciamos nos permitimos banhar por todos os sons e por todas as formas.
"Mais difícil do que o silêncio da boca, das palavras, dos sons emitidos é o silêncio interno, o silêncio da mente. Apenas quando a mente silencia podemos entrar em contato com a essência do Ser.
Mas, temos por hábito falar e comentar, nos entreter com sons e imagens, fugindo do encontro profundo com a realidade. Criamos realidades falsas sobre a realidade verdadeira. Queremos acreditar em nossas fantasias e nos incomoda o silêncio que permite penetrar no real e cancelar o falso. São armadilhas da mente humana. Buda dizia que "a mente humana deve ser mais temida que cobras venenosas e assaltantes vingadores." Por isso é necessário conhecê-la. Conhecer a própria mente. Para isso há o caminho do silêncio. O caminho de aquietar as oscilações mentais.
Estamos muito acostumadas ao entretenimento. Mantendo a televisão, rádio, computador, facebook celulares, ligados o tempo todo. A mente está ligada o tempo todo, sim, mas entre pensamentos há espaços vazios e não estamos acostumadas a observar esse vazio. O excesso de informações, de estímulos, nos faz esquecer da pausa, da doçura do silenciar, do aquietar.
Desaprendemos a estar com alguém em silêncio. Sentir a presença de alguém sem precisar conversar, falar, comentar. a realidade. Apenas estar presente. Presença absoluta, sem nada extra, sem nada faltando. Podemos estar em grande intimidade, sem nada dizer.
Talvez as experiências mais profundas sejam silenciosas - quer de alegria, quer de tristeza. Temos de aprender a nos recolher em nós mesmos e reaprender a ouvir o grande silêncio.
Sem apego e sem aversões, ouvir o silêncio e apreciar a vida."
(Monja Coen)
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Os dias de folga são perfeitos para atividades calmas, que proponham reflexão, relaxamento. O universo fala alto a quem ouve o silêncio. Muitas vezes é nele que encontramos respostas.
Um ambiente quieto pode ser melhor para realizar algumas tarefas criativas ou de repouso. Fiz uma listinha com algumas formas de apreciar o silêncio.
1. Pratique yoga e meditação: As aulas são dadas com os praticantes em silêncio, o que fomenta o autoconhecimento. Assim, sem fontes externas de interrupções, a ideia é focar totalmente na compreensão do corpo, em esvaziar a mente e conectar mente e organismo da forma mais pura quanto possível.
2. Nade! Vá para dentro d’água e ouça o som da sua respiração, dos seus braços e das suas pernas. É uma atividade que descansa a mente. Concentrar-se apenas no ritmo das braçadas pode ser um extremo relaxante. Atividade para praticar em silêncio, e garantir um sono perfeito.
3. Correr: Nos primeiros instantes, muitos pensamentos invadem a mente. Depois, restam apenas os passos e a respiração. Olhe a paisagem, sinta o vento: uma atividade para aumentar a sensação de liberdade. A melhor opção é correr num lugar onde exista apenas sons da natureza.
4. Escute música: Pode parecer contraditório, mas ouvir música seja ela clássica, popular, rock n´roll – independente do estilo, pode te ajudar a penetrar no silêncio da mente. Como? Apenas ouça. Preste atenção, calmamente, em cada nota, no som dos instrumentos, nos sentimentos que envolvem a música e também nas pausas e espaços.
5. Leitura: a tarefa mais clássica quando se fala na ausência de sons. Ler em silêncio é ainda melhor para que haja concentração e imersão na história. Nossa sugestão é leitura numa rede de descanso, ou um outro local bem confortável, onde o vento circule.