Sinopse: Após a morte de sua mãe, um divórcio e uma fase de autodestruição repleta de heroína, Cheryl Strayed (Reese Witherspoon) decide mudar e investir em uma nova vida junto à natureza selvagem. Para tanto, ela se aventura em uma trilha de 1100 milhas pela costa do oceano Pacífico.
O filme "Livre", ou "Wild", em inglês, conta a história verídica e biografada em livro de Cheryl Strayed, que após a morte de sua mãe e o fim de seu casamento, decidi empacotar tudo e sair em busca de si mesma. Uma história não tão nova assim, mas que não deixa de ser linda. O filme fica entre um "Na Natureza Selvagem" e "Comer, Rezar, Amar", mas claro que não pode ser comparado, pois é único. Livre é baseado no livro "Livre - A Jornada de Uma Mulher Em Busca do Recomeço".
O filme começa com Cheryl já na natureza e, depois, com flashs sobre seu passado, a história dela se desenrola e aos poucos vamos entendendo o que a levou a fazer a trilha de 4.200 km, que inclui toda a costa oeste dos Estados Unidos, da fronteira com o México até o Canadá, conhecida como "Pacific Crest Trail".
Após a morte precoce de sua mãe, aos 45 anos, de câncer, ela começa a usar drogas pesadas e fazer sexo desenfreadamente, chegando a trair seu marido com vário homens, o que levou ao fim do seu relacionamento de 7 anos. A partir disso ela decide, como ela mesma diz, "andar a pé até ser a filha que a mãe criou".
Cheryl tem uma relação conturbada com seu irmão e não possui mais contato com seu pai, que foi muito violento com eles e sua mãe durante a infância. Mas possui uma amiga fiel e seu ex-marido, que lhe dão todo apoio "psicológico" e material para seguir a trilha até o fim.
O que dá mais emoção e apreensão é que Cheryl toma essa decisão sem ter nenhum experiência em caminhadas/camping. Ela somente sai em busca de autoconhecimento. E também como forma de expurgar a dor de um passado de drogas e promiscuidade, que a fere demais.
A gente a acompanha por cadeias de montanhas, desertos, florestas, nevasca, com paisagens exuberantes e de tirar o fôlego, e a acompanha em sua caminhada solitária. Acompanha ainda suas aflições de não conseguir montar a barraca, de lidar com animais que apareciam, com as botas menores que os pés e o fogareiro sem gás, a falta de água...
Pode parecer entendiante imaginar 2 horas de filme mostrando uma trilha e contando uma história, mas não é nem um pouco! Principalmente pela edição descontinuada, os flashs não lineares e memórias que vão aparecendo ao longo do filme. Um recurso batido, mas que foi usado de maneira rica, fora de ordem, sem padrão, para traçar o perfil psicológico e a trajetória de vida da personagem.
O filme também não se torna tão solitário e introspectivo porque Cheryl sempre encontra pessoas quando sai da trilha em determinadas "paradas", pega caronas, etc. Existem diálogos também, não só pensamentos e narrações por parte dela.
A atuação de Reese também está incrível. Esqueça completamente a mocinha de Legalmente Loira e prepare-se para uma mulher forte, corajosa e sensível. Ela ganhou o papel numa disputa com Emma Watson, Jeniffer Lawrence e Scarleth Johansson.
Emocionante, bonito, sem dramas demais ou melancolia. Mostra o reencontro consigo mesmo, reconexão. Não é só sobre uma percorrer uma trilha e os desafios físicos, não é sobre "sair do sistema", fugir. É sobre a autodescoberta e autoaceitação.O filme também é uma lufada de ar para quem não aguenta mais o meio urbano e um incentivo a mais pra quem sonha largar tudo e se encontrar.
Durante as cenas a gente pensa em um turbilhão de coisas e realmente nos colocamos pra pensar e refletir sobre como estamos levando nossas vidas. Em vários momentos me peguei com os olhos cheios d'água. Com certeza o melhor tipo de filme que pode existir, e o meu estilo favorito.
E quem quiser, pode assistir ao trailer:
A nota para esse filme é: 5 baldes de pipoca