Eu sempre afirmo para mim mesma o quanto sou independente afetivamente, coloco em minha mente que sobreviverei perfeitamente se algum dia vier a ficar sem ele. Digo no espelho que arrumarei um emprego, comprarei um apartamento e seguirei sozinha minha vida. Mas agora vem a verdade: eu prefiro acreditar nessa ideia absolutamente sã do que admitir, pensar, entrar em contato com o sofrimento que ficar sem ele pode causar. E eu sei que vai causar.
É que assim, sabe, não que eu seja dependente, mas... são tantos planos, tantos lugares para conhecer, tantos sonhos pra realizarmos. Por mais que eu saiba que serei feliz vendo-o realizar esses sonhos, não será a mesma coisa se eu não puder participar desse processo. E não será nunca tão realizador pra mim alcançar meus objetivos sem ele por perto pra compartilhar da alegria. A dor seria incomensurável, e sei que tudo o que eu olhasse ou tentasse fazer, me remeteria a ele. Imaginar seu sorriso feliz ao lado de outra pessoa então, é algo que nem consigo conceber. Não consigo pensar em ser esquecida ou fazer parte do passado e da história. É egoísmo isso? É dependência? Pode ser. Chame como quiser. Eu chamo de vontade de estar com, de compartilhar, de crescer, e é isso.
Prefiro não pensar nessas possibilidades e acreditar "bestamente" que minha vida seguirá como em um conto de fadas da Disney. E dou valor a ele. Dou valor a cada dia. O amo com cada pedacinho do meu coração, desse jeito bem brega mesmo. Sabe por que? Estar nos braços dele é estar nos braços da paz. Como diria Jobim "quero a vida sempre assim, com você perto de mim". Não tem jeito. É isso que eu quero e não há nada que mude. Quero sim esse clichê de estar em um romance que deu certo, que muitas pessoas desdenham, que muitos trocam por uma suposta "liberdade", como se relacionamentos fossem algo patológico. Todos os dias celebro a alegria de ter a companhia dele. Celebro o "plim" que o celular faz quando chega uma mensagem e vejo aquele nome. E espero pelo dia do "sim". Espero para ouvir e contar como foi o dia. Espero pelas viagens. Nunca pela partida.
E aqui termino meu texto tão sonoro quanto sua vizinha cantando aquele forró no domingo. Não era pra ter nexo, era pra dar sentido vetorial aos sentimentos embaralhados que tavam aqui gritando pra serem organizados.