Namore um garoto que viaja, um garoto que tenha mais histórias que brinquedos, uma pulseira hippie ao invés de um rolex. Namore um garoto que ri quando escuta as palavras “férias”, “all-inclusive” ou “resort”. Namore um garoto que viaja não porque está obcecado por um único objetivo, mas motivado por vários. Você deve encontrar ele num aeroporto, ou numa livraria procurando guias de viagem, os quais ele “só os usa como referência”. Você vai saber que é ele porque quando der uma espiadinha na tela do seu computador, o plano de fundo vai ser uma cena de montanha rochosas maravilhosas, vales ou bandeiras de alguma religião exótica.
Uma vez que um viajante volta pra casa, raramente as pessoas escutam suas histórias. Então escute-o, deixe que ele pinte um quadro que te traga para dentro do seu mundo. Ele pode falar rápido e deixar passar alguns detalhes porque vai estar muito empolgado por ser escutado. Dê corda pra ele. Deseje isso para você.
Ele vai vibrar que nem criança quando a última edição da National Geografic chegar pelo correio, para logo em seguida crescer e ser adulto de novo enquanto analisa todas as fotos, todas as aventuras. Na sua cabeça, ele se insere naquelas fotos. Ele vai te questionar sobre seus sonhos, e com competitivamente sobre a coisa mais louca que já fez na vida. Diga a ele. E saiba que provavelmente ele vencerá. E se você tiver alguma chance de vencer, saiba que o próximo objetivo da vida dele será te superar. Mas então ele dirá “mas bem que a gente podia fazer isso juntos!♥” .
Namore um garoto que vive de uma mochila porque ele é feliz com menos. Ele vê como a vida sem luxo pode significar uma vida alimentada por relacionamentos, família e amigos, muito melhor que uma vida alimentada de carros, diversão e ego. Ele experimentou várias maneiras de ser, respeita religiões alternativas e vê ao mundo com um amor raríssimo, curioso e faminto por conhecimento. Seus pais também vão ficar contente porque ele é bom com dinheiro e sabe economizá-lo.
Esse garoto saboreia a casa, o conforto de um edredom, a segurança da comida da mãe, jogar papo fora com os amigos de infância e a glória de se sentir à vontade em seu banheiro. Embora ele seja radicalmente independente, teve tempo para refletir sobre si mesmo e seus relacionamentos. Apesar de seu desejo de viajar, ele conhece e valoriza seus laços de casa. Ele teve muitas vezes que perder e perder outra vez. Por isso, ele também sabe alguma coisa sobre despedidas. Ele sabe da enorme incerteza de sair do conforto de casa, o indefinido “até logo” nos portões de embarque, e ainda assim ele vai sem medo para o desconhecido, porque conhece o sentimento de retorno. E que o abraço “que saudaaade” é o melhor tipo de abraço em todo o mundo. Ele também sabe que despedidas são apenas “até-logos” mais longos e que "Olá"é só tão longe quanto o ciber-café mais próximo.
Em breve a parte II...