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Channel: Coisas Fúteis
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De janeiro a janeiro

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2013 foi um ano intenso, de mudanças na nossa vida e no nosso relacionamento. Eu estive acostumada a tê-lo do meu lado a toda hora, por 3 anos e meio. Estávamos vivendo uma rotina em que éramos carne e unha, corpo e sombra, chinelo e chiclete, e eu não reclamava da vida que íamos levando. Estudamos os 3 anos do ensino médio na mesma turma, em período integral. Ficávamos juntos de 6 da manhã às 7 da noite.
Em 2012 eu estava fazendo a faculdade, me apaixonando cada dia mais pela psicologia e ele estava no pré-vestibular tentando passar pro curso dos sonhos dele. Até que... ele conseguiu. E pof! Um tapa na minha cara. Eu sabia que, mais cedo ou mais tarde, isso ia acontecer, mas quando aconteceu eu fique meio desconcertada.
Em janeiro de 2013 ele foi então pra uma cidadezinha aqui do RJ mesmo, fazer Engenharia Florestal. E eu fiquei aqui sozinha, tentando me readaptar a tudo, tentando aprender a fazer compras sozinha, ir ao banco, estudar, assistir filme, tudo sem ele por perto. É certo que a distância era de só 2 horas, mas eu sabia que eu não ia poder ligar pra ele e pedir pra ele me buscar na saída da faculdade, ou me encontrar pra almoçar. E tinha um problema maior que todos os outros: o ciúme. Eu sempre fui uma pessoa muito possessiva. Por ter encontrado uma pessoa tão perfeita pra mim, eu sempre tive medo de perdê-la. Por aqui nossos amigos sempre foram os mesmos, nós sempre saíamos juntos e eu ficava tranquila. Mas quando caiu minha ficha de que ele iria fazer novos amigos (que não seriam meus amigos também), que ele moraria com pessoas que eu não conhecia e que ele passaria mais tempo com elas do que comigo, doeu. Confesso que doeu. Achei que eu ia morrer. Mas quer saber? Passou. Passou e eu amadureci. Demorou 3, 4, 5, 6 meses. 1 ano. Mas agora eu acostumei com a ideia e confesso que tudo isso fez um bem enorme pra nossa relação, que talvez não estivesse durando mais de 4 anos se tivéssemos continuado naquela rotina sufocante.
Ele nunca esquece de mim, me liga sempre no final da tarde pra saber como foi meu dia, me conta como foi o dia dele também. Reclama das provas, do tempo, da saudade. Me passa uma segurança enorme, volta todos os finais de semana pra casa e ainda tem uma paciência enorme comigo. E assim a gente vai seguindo.
Quando eu contava para os familiares, para os nossos ex-professores e para nossos amigos que ele tinha passado pra essa faculdade (que tem uma péssima fama), as pessoas falavam que nosso namoro ia terminar e não ia durar nem mais 1 mês. Mas estamos aí, calando a boca dos que torciam pelo nosso fracasso. Mais juntos que nunca. De janeiro a janeiro.





E agora em 2014, parando para pensar, eu vejo que, mesmo com essas mudanças que me tiraram do conforto, eu ainda acho que esse ano foi incrível. Obrigada 2013 por me fazer acreditar que as mudanças são boas, em quaisquer circunstâncias.


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